sábado, 10 de novembro de 2012

Planejamento é palavra chave para construir a casa própria

Entusiasmo de ter um lar pode fazer com que alguns se percam na hora de construí-lo e falta de projetos para etapas da obra resulta em dinheiro desperdiçado

O momento de construir a casa própria é um dos mais ansiados por quem conseguiu adquirir um terreno para a realização do sonho de ter um imóvel. Muitos passam anos imaginando a forma da edificação, número de cômodos, materiais empregados, cores... enfim, são tantos os itens e detalhes que é fácil se perder na hora de colocar o projeto em prática. Para que isso não ocorra, o segredo é planejar as etapas que envolvem a materialização da casa, como explica o engenheiro civil, coordenador do curso de especialização em construção civil da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dalmo Lúcio Mendes Figueiredo. “Na fase inicial do planejamento define-se a localização e os anseios em relação à edificação”.


Programar o uso de áreas internas e externas do imóvel ajuda a prever gastos extras

Segundo o professor, programar a casa envolve estipular a quantidade e tamanho dos cômodos, número de vagas na garagem, existência de áreas de lazer, configuração da cozinha e equipamentos pretendidos, como piscina, uso de sistema de aquecimento solar, entre outros. “É importante, nesta etapa, ter definido a sua disponibilidade financeira para o empreendimento”, ressalta Dalmo Figueiredo.

O arquiteto, engenheiro, professor na Escola de Arquitetura da Universidade Fumec e diretor da JDArquitetura, João Diniz, diz que planejar implica ter conhecimento do que vai ser feito, das características, físicas e estéticas, além do controle sobre prazos e custos. “Construção geralmente é um processo caro, em que as pessoas investem grande parte de seu patrimônio. Iniciar uma obra sem que esteja bem planejada pode ser uma aventura arriscada.”

A arquiteta Ana Andrea Barra também chama a atenção para a importância do planejamento para o sucesso do projeto arquitetônico. “Ele possibilita o levantamento sistemático dos meios e a definição de procedimentos necessários para a execução do projeto, aliados à adequação de custos, oportunidades e otimização do tempo”, pontua.

A falta de planejamento pode pôr a perder a realização de um objetivo, além de significar aumento de custos devido ao trabalho dobrado. “Devido às modificações que ocorrerão durante a obra e levam à necessidade de definir ‘em cima da hora’ questões como tipo de acabamento, que na maioria das vezes geram desentendimentos entre os casais”, conta Dalmo.

Para se ter uma ideia da importância de planejar, o professor cita uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Construtores. Apesar de avaliar o desempenho de empreendimentos de construção em várias empresas, o estudo serve para verificar a relevância de contar com um projeto. “A pesquisa abrangeu três etapas: engenharia, economias possíveis no empreendimento e construção”, diz.


A arquiteta Ana Andrea Barra diz que traçar um perfil arquitetônico detalhado também otimiza tempo de execução do empreendimento

De acordo com Dalmo, o resultado deixou evidente a importância do planejamento nas construções. “Do total de economias possíveis nos empreendimentos, 80% delas somente são alcançadas durante a fase de planejamento e os 20% restantes durante a fase da obra. O tempo dispensado ao planejamento retorna em produtividade, qualidade e economia”, informa.

AJUDA

Diante de tantos aspectos a serem considerados, é fundamental contar com a assessoria de um profissional da área. É ele quem fará um estudo de viabilidade e compatibilidade do que se espera do imóvel com o que pode ser feito no terreno. “De modo a estabelecer o que será possível construir com os recursos disponíveis”, completa Dalmo.

Cada um dos profissionais envolvidos no processo tem seu papel bem definido e importante na obra. “O arquiteto fará a interpretação de suas necessidades por meio de um bom projeto e o engenheiro o planejamento físico/financeiro da obra, especificando o desembolso necessário em um período definido”, cita João Diniz. Além deles há outros projetistas, responsáveis por fazer os projetos complementares, como acrescenta o professor da Fumec. “Como o de estruturas e de instalações elétricas e hidráulicas.”

Fonte: Portal Uai

(Gabriel Miranda)

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